quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Foi no Vidigal

Quando ela saiu, tinha direção certa, mas no meio do caminho se perdeu. Estava no Vidigal, e foi parar em um pagode, mesmo sem ser convidada. Isso era típico dela, ela sempre ia aos lugares sem ser chamada, no Vidigal já estavam acostumados.

João não a tinha visto, mas sentiu sua presença. Aos poucos o coração de João mudou seu batimento, suas pernas começaram a barbear, suas mãos começaram a ficar frias, e tudo isso por causa dela.

Sempre que chegava a algum lugar ela causava esse tipo de sensação em alguns homens, mas com João era diferente, João sentia que ela tinha entrado em seu coração, sua respiração foi ficando cada vez mais difícil, e como se tudo acontecesse em slow-motion percebeu que se tratava de uma grande mudança.

João não agüentou tudo aquilo, foi perdendo os seus sentidos e inebriado com aquelas sensações foi de encontro com o chão.

Era para ser mais uma tarde de sábado na vida do jovem trabalhador da construção civil. O pagode prometia ser muito bom. Alem da musica que era de seu agrado, Juliana, prima de seu amigo José, estaria lá para conhecê-lo. Tudo foi interrompido. A bala, que tinha como destino Bozó (o “dono do Vidigal”), se perdeu. Ela encontrou João, que não pode conhecer Juliana, e chamá-la para um domingo no parque como planejara.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Indicação de um um bom texto blogstico

http://migre.me/3lCE
quem me conhece vai entender o pq da indiação.
=]

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Os textos que ainda não escrevi

Nestes últimos dias tive vontade de escrever vários textos, só que os textos não saiam da idéia, não conseguiam ganhar vida, não passavam da minha cabeça para o papel (ou para a tela do PC). Não sabia exatamente o que me impedia, pois sempre tive facilidade de escrever o texto depois de que ele já tivesse tomado forma na minha cabeça, mas dessa vez o texto já tinha forma, conteúdo, estilo narrativo, mas mesmo assim não conseguia realizar o texto.

Alguns textos se recusavam sair da minha cabeça, pois pediam por uma revisão de conteúdo, outros se julgavam imaturos, e alguns queriam manter em sigilo certos casos e pessoas, e acharam que não deveriam tomar forma, pois depois de escrito o texto corre um risco de ser publicado em algum meio, e meus textos me conhecem, e sabem que mesmo quando em não posto no meu blog eu sempre mostro para alguém.

Pensando nisso, e com uma grande vontade de escrever esses textos, me veio à cabeça um curta metragem que eu vi em um festival, o nome dele é “Os Filmes Que Não Fiz”. Esse filme é narrado por um diretor que conta os filmes que ele queria fazer, mas por algum motivo ele não fez.

Bem, inspirado nisso resolvi fazer uma lista desses textos que ainda não fiz:

Tem um texto que eu iria fazer só para levantar as coincidências que acontecem na minha vida e na vida de um amigo meu.
Outro texto seria sobre os relacionamentos que já tive.
Tem um que seria sobre um pedaço da minha vida marcado por perda de certas oportunidades.
Tem um que seria sobre a minha relação com a cidade de Lavras Novas, visto que já fiz um sobre Belo Horizonte, e hoje Lavras Novas talvez tenha uma importância maior para mim.
Tem um sobre uma noite no teatro, em que os principais personagens foram duas tias e uma data de aniversário.
Teriam dois, cada um sobre um dia que foi muito bom, mas muito estranho.
E o ultimo que me lembro neste momento e este próprio que aos poucos foi ganhando vida, mas até eu colocar o ultimo ponto não posso dizer que está pronto.
Então sem mais.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

A escolha do time

Nasci em Belo Horizonte, fui criado em Belo Horizonte.

Sou botafoguense.

Eu não entendo que afronta social eu faço ao fazer isso, mas devo fazer alguma, pelo menos pelo que vejo na cara de todo mundo quando ouvem minha resposta para famosa frase “Que time cê torce?” perguntado bem mineiramente. Eu sempre respondo, de modo mineiro também, “Uai, pro Botafogo, uai”.

A partir desse ponto temos o primeiro problema, a outra pessoa, em geral, se sente ofendida e quer saber o motivo de eu tê-la ofendido, e pergunta a razão pela qual eu fiz essa escolha. Para começar eu tento sempre mostrar para a outra pessoa que não se trata de escolha, e pergunto o motivo pelo qual ela escolheu o time dela.

Está criado o segundo problema, eu ainda acredito que futebol é movido a paixão, mas muitas, se não a maioria, das pessoas de hoje, acreditam em uma escolha racional baseada em uma tentativa de agradar ou desagradar os pais, ou mesmo escolha por times que ganhem mais títulos.Com as pessoas que ainda acreditam que o time que escolhe o torcedor eu consigo resolver o problema mais fácil, para os outros, eu tenho que explicar que eu já torcia para o Botafogo desde os 5 anos, e que então foi uma decisão tomada na minha vida em um momento em que a racionalidade não pode ser muito requisitada.

FOOOOOOOOOOOGOOOOOOOOO!!!

Alguém quer uma lanterna? Passo ela para frente sem cobrar nada

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Para poucos:

Estava na Consolação. Andei, vagarosamente, até a Saudade. Estava bem em Belo Horizonte.

Para muitos:

Quando o samba falava da saudade, trazia alegria, sua letra era para consolar, mas não o fazia. O Samba libertava.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Intimidade

- Não vou deixar você sair.

- Não tem como você me impedir.

- Você é minha, tem que me obedecer.

- Eu tenho minhas vontades próprias, não tem como você controlar isso.

- Se preciso...

- Uma faca... Muito original. Se eu não estiver do seu lado você é completamente previsível, alem do que, acha isso é capaz de me segurar?

- Acho, quer dizer, não só acho como tenho certeza.

- Isso vai me segurar como? Eu te conheço muito bem, praticamente morei em sua
mente, eu sei do que você é capaz, alias, sei que é capaz de algo muito melhor que isso.

- Lá vem você com essa conversa de crescimento pessoal, eu sei o que me faz bem, e te deixar escapar não me fará bem...

- Você tem medo de crescer, sabe que se eu sair você pode até ganhar o mundo.

- Na verdade estou muito feliz desse jeito, não quero o mundo, não sou tão ambicioso.

- Mas essa decisão não é só sua, eu tenho meus impulsos, e quero sair, se não for de uma maneira será de outra.

- Vou por um fim nisso.

- Não, não faça isso.

[...]

-Sargento, o que foi que aconteceu aqui?

-Bem, foi um suicídio. Dos mais estranhos que eu já fiquei sabendo.

-Por quê? O que aconteceu?

-O rapaz estava em seu escritório e de repente começou uma discussão com alguém, as
pessoas do escritório ouviam a discussão, mas só a voz dele, parecia que discutia com uma mulher, ele dizia algo sobre não deixá-la escapar. Tentaram entrar no escritório, mas a porta estava trancada, quando conseguiram arrombar a porta já o acharam dessa forma que você está vendo.

- E a mulher que ele estava discutindo?

- Pois é, não tinha mulher alguma, e a discussão também não pode ter acontecido por telefone já que ele estava sem celular e o telefone do escritório estava estragado.

- Estranho.

- Muito.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Conversas (retirado do meu antigo blog)

- Nossa, que curvas....

- Pois não é.

- É, e eu me delicio passendo com meus olhos nelas.

- Ah, e olha que você ainda é um velho romântico.

- Fico imaginando, eu, essas curvas, e um Beatles de trilha sonora, o que mais poderia querer?

- E olha que não são só as curvas, ela tem todo seu jeito de andar.

- Eu sei, olha só, ela é daquelas, sabe aquelas? Aquelas que acordam ainda meio lentas, mas que
com o passar do dia, e com o surgir do sol, se enche de movimento.

- Alem disso ela é culta, cheia de arte.

- Diria mais, cheia de artimanhas.

- Só não gosto de uma coisa.

- É mesmo? O que?

- Ela é religiosa por demais.

- Isso ela é, mas da um certo ar de inocência, eu até que gosto.

- Prefiro quando a vejo com seu jeito levado, carregando seus artesanatos, com um ar de criança.

- É, mas ela já tem uma certa maturidade, este obelisco já não é o que era antes.

- Pode não ser o que era antes, mas continua sendo meu amor.

- NOSSO AMOR!

- Ah, como gosto de Belo Horizonte.

Alexandre Alfradique Scotti

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Amor à primeira vista

Quando coloquei pela primeira meus olhos naquelas curvas minha vida mudou. Ainda me lembro do cheiro que me entorpeceu naquele momento. Minha visão se fechou como olhos de águia que visualiza sua presa. Minhas mãos tremiam um pouco. Não sabia muito bem como me aproximar, toda aquela vontade e não saber o que fazer.

Um amigo me levou até perto, disse que deveria a ter em meus braços. Ri, um pouco constrangido, é verdade, mas não sabia nada melhor para fazer. Muito sem jeito cheguei minha mão perto de seu braço. A euforia que tomou conta de mim quando toquei seu braço, sem sentir nenhuma repulsa, foi tão grande que fez o tempo parar. Naquele momento vivi uma eternidade de pura emoção.

O desenrolar dessa historia foi que, sem perceber, fui ganhando intimidade com ela, e achava que ela havia de ser minha, não sabia como dizer para o dono dela que ela não poderia mais ser dele. Pensei em varias coisas, até mesmo em oferecer dinheiro como forma de compensação, mas nada me parecia ser muito honesto. Sentia que ela havia me escolhido e assim que eu tinha direito sobre ela, pensei em raptá-la, porem não via como fazer isso sem que todos soubessem.

Muito pensei, muitas coisas malucas se passaram pela minha cabeça, mas só me restou ir conversar com seu dono que para meu espanto me deixou levá-la, sem grandes problemas, disse que ele nem estava dando atenção mais a ela, e que eu poderia ficar com ela desde que eu a tratasse bem.

Depois disso, tivemos um longo período juntos, eu e minha viola, até que um dia achei que já estava precisando das mãos de um novo cancioneiro, e de que tinha que procurar uma nova viola para compor as canções de minha vida.

Alexandre Alfradique Scotti