sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Oi

Ás vezes tudo que queremos é dizer um simples oi, mas algo nos trava. Eu não estou falando do primeiro oi, que dizemos para alguém que não conhecemos, ou aquele que muitas vezes dizemos para pessoas que não gostamos. Estou falando do oi que dizemos para alguém que já foi próximo, mas neste momento não faz mais parte de nossa vida cotidiana. O problema é que a pessoa sabe exatamente quem nós somos e nós sabemos quem ela é. Um oi pode ser entendido de tantas formas, pode ter tantos significados, mas às vezes ele só quer dizer: “Estou aqui e lembrei-me de você”. 

Alexandre A. Scotti

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Carta a Vanessa


Vanessa,

Queria lhe escrever uma carta de amor com toda a pieguice que uma história de amor merece. Muito difícil! Não saberia por onde começar. Não sei se começaria relembrando nossa historia, que começou há mais de uma década, ou se falando sobre como você é uma companheira incrível.
Depois eu tentaria enumerar suas infinitas qualidades: qualidades estéticas, qualidades morais, qualidades da sua personalidade, mas a lista seria muito vasta para uma única carta. Em seguida, falaria de como você é perfeita para mim e de como aquilo que você enxerga como defeito não passa de tempero nessa sua mistura incrível, tempero que eu mais amo.
Também acho que, nessa tal carta, caberia falar de como você me encanta. E como em cartas de amor não podem faltar clichês, um clichê em especial seria bem explorado.  Transformaria nossa historia em um conto de fadas (ou filme de Hollywood) em que todos percebiam que os dois devem ficar juntos. Todos menos nós dois. É uma pena que não sei como escrever tal carta...

Com muito amor, do seu, e somente seu Alexandre Scotti.

Ela


Quando a brisa acarinha seus cabelos e lhe rouba o cheiro, o ambiente se transforma, espalhando suspiros e arrepios. Às vezes o mundo parece fazer silencio só para observá-la. Seus passos graciosamente desencontrados sempre parecem tomar a direção certa, mesmo quando a levam para longe, gerando um aperto no coração.

Ela, muita decidida em sua indecisão, não parece saber as armadilhas do amor, e anda por aí como se nada de mal pudesse acontecer. Lida com as durezas da vida como a pessoa mais escolada na faculdade das ruas. Seus olhos com macula de inocência muitas vezes escondem sua sabedoria, o que a torna imprevisivelmente sedutora.

Se seu sorriso surge no ambiente, a paz parece reinar, e por isso nada é mais importante do que cultivá-lo. Seu toque é magnético e, uma vez que a encoste, não vai querer separar mais.

Alexandre A. Scotti

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

A imagem que construímos (parte 1)

Estamos o tempo todo nos comunicando com o mundo. Comunicação é uma troca, em que recebemos e enviamos informações o tempo todo. Será que nos preocupamos com as informações que enviamos da maneira correta? Será que sabemos como os outros estão interpretando as nossas mensagens? Será que temos consciência das mensagens que enviamos?

Essa ultima pergunta já é bem fácil de responder, e a resposta é não, nos não sabemos as mensagens que enviamos. Podemos ter uma boa consciência de quais são as mensagens que escrevemos, que falamos, que emitimos de forma intencional, mesmo assim ainda existem as mensagens não intencionais. As mensagens não intencionais são muitas, por exemplo, você sabe qual é a imagem que o seu corte de cabelo transmite? Você sabe qual a mensagem que o seu timbre de voz transmite? E por aí vai...

A maneira como nos vestimos transmite varias informações, a forma de andar, a velocidade da fala, tudo transmite informações, e não temos como saber todas as mensagens que estamos transmitindo, então o que ajuda saber que tudo isso pode influenciar sua comunicação com o mundo? Simples, varias vezes nos perguntamos o porquê de sempre um determinado tipo de pessoa nos abordar e não abordar um amigo, ou o contrario, e a resposta é simples, são pelas mensagens que estamos enviando, e a partir do momento que temos consciência disso podemos tentar alterar as mensagens enviadas.

Alexandre A. Scotti

domingo, 3 de julho de 2011

Quando ela entrou, não sabia direito o que iria encontrar, mas sabia que aquele era o lugar em que iria morar, pelo menos por um tempo. O lugar estava muito mal cuidado, o dono tinha sido meio desleixado, a ultima inquilina tinha deixado tudo bagunçado e tudo fora do lugar.

Começou a explorar o local, mas descobriu que tinha portas fechadas, e não sabia onde estavam as chaves. Resolveu tirar a poeira e ajeitar o local, não queria ficar em um local mal cuidado. Pensou em reformar o local, mas não tinha os recursos necessários.

O tempo foi passando e estranhamente as portas que antes estavam fechadas foram se abrindo. Quanto mais espaço encontrava mais espaço ocupava, já estava achando um lugar muito agradável de viver.

Nunca tinha reparado nos vizinhos, até que o primeiro vizinho bateu um dia em sua porta para conversar sobre as mudanças que ali estavam ocorrendo. Aos poucos foi se inteirando da vizinhança, gostava de alguns, era indiferente com outros, e fora com uma senhora que morava ao lado, não costuma ter problemas com os vizinhos.

Estava cada vez mais adaptada ao local, mas isso não impediu de que um dia aparecesse uma ex-inquilina batendo na porta e dizendo que aquele lugar era dela, e que ela ainda conseguiria tomar aquele local de volta. Isso fez com que ela percebesse que não poderia se acomodar, e de que um bom local como aquele não era tão fácil assim de se achar.

A vida seguia, e estava cada vez mais feliz de morar no bairro Coração.

Alexandre A. Scotti

domingo, 8 de maio de 2011

Política na era da imagem

Acredito que, desde a ditadura, a política nunca foi tão comentada pela juventude brasileira como agora. Para mim, isso se deve a dois fatores. O primeiro é a facilidade de como as pessoas trocam informações no mundo virtual, e por meio dele conseguem se mobilizar. O segundo é pela construção da imagem que cada um quer fazer de si mesmo. Poucas pessoas querem ser vistas como ignorantes políticas. Estamos na era da sustentabilidade e todos querem ser conhecidos como pessoas engajadas.

No ambiente das redes sociais, principalmente o Twitter e o Facebook, é comum ter movimentos que podem ser considerados políticos, como protestos contra alguma lei, ou a tarifação de algum produto, ou até mesmo o aumento do preço de alguma mercadoria fornecida por estatais. É muito fácil ver varias pessoas aderindo os movimentos usando tags no Twitter e “curtir” no Facebook, mas a questão que fica é “o que de fato essas pessoas estão fazendo em busca de que seus protestos tenham resultado?”. A impressão que tenho é que na maioria dos casos nada é feito, e que tudo não passa da construção de imagem que cada um quer fazer de si mesmo.

Se me perguntarem o que tenho feito ultimamente em relação a política, o Maximo que posso dizer é que tenho acompanhado, e tenho repensado em como posso realmente contribuir. Já participei de debates dentro de partido (nunca me filiei a nenhum), foi no Fórum Social Brasileiro, fui membro de DA e de DCE, tento ter um voto consciente nas eleições. Não acho que o que fiz foi suficiente e acho que eu ainda posso fazer muito. Gostaria de sair do plano da fala, ainda não sei como (estou aberto a sugestões), mas não quero ser só mais um que vai “curtir” movimentos e não fazer nada. Não quero mais o “proteste já”, quero o “ação já”.

Esse texto é em homenagem ao Gabriel Castro.

Alexandre A. Scotti

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Quando a historia não terminou

Outro dia precisava escrever sobre uma menina. Precisava deixar aquela historia registrada. Queria escrever sobre como que algumas pessoas mudam nossas percepções sobre outras, não por emitirem opinião sobre quem são, mas por se tornar base de comparação com outras.

O importante é que havia uma historia, e ela precisava ser registrada. Comecei a escrever. Tinha certeza de qual era a primeira frase, fora isso não sabia muito bem como continuar. Isso nunca foi problema no meu processo de criação, mas dessa vez não conseguia sequer terminar o primeiro parágrafo.

Guardei aquele texto, ou melhor, aquela frase, e fui a procura de dias mais inspirados. Passadas duas semanas, novos fatos surgiram, e o texto não teria mais o mesmo significado que tinha em sua concepção. Percebi que a historia era outra, e ela ainda não tinha terminado. Agora sei que preciso esperar ela terminar, ou escrever sobre outra perspectiva, que a antiga já não existe mais.


Alexandre A. Scotti

terça-feira, 26 de outubro de 2010

A mulher do café

O leve toque que o vento dava em sua franja, fazendo com que ela levantasse e voltasse na frente de seu olho, lhe dava um charme a mais, mas ela não precisava disso. A forma como os raios de sol batiam em seu rosto, delineando seu contorno. O movimento quase cênico (porem muito natural) de seu braço. A mão que passava pela cabeça e deixava os fios escorrerem entre seus dedos enquanto procuravam por um apoio (talvez atrás da orelha). Tudo isso também lhe dava um charme a mais, mas ela também não precisava disso.

Achava estranho como ela conseguia ser tão graciosa mesmo estando parada. Não era a beleza em si, ela já parava de uma forma meiga e delicada. Sim, ela era bonita, e muito, mas não era isso que mais chamava atenção. Talvez fosse a determinação com que escrevia em seu pequeno caderno de anotações é que chamasse a atenção, talvez fosse o fato de que não era normal uma menina daquela idade freqüentar um café àquela hora da tarde, mas acredito que o que chamava a atenção era a harmonia que ela transmitia.

Nos, homens, por vezes nos sentimos atraídos pela fragilidade, pela carência, pelo fato de podermos completar alguém. Não era esse caso. Eu mal conseguia piscar, mas ela transmitia essa harmonia justamente por parecer uma pessoa completa, ou uma pessoa que não precisa de ninguém para se completar. A sua expressão, sua forma de vestir, a sua forma de escrever e seus trejeitos passavam uma idéia de que ela era uma pessoa inteligente, determinada, carinhosa e delicada.

Não me achei em condições de interromper tão bela cena, fiquei um bom tempo reparando, e o meu momento de contemplação só foi quebrado por amigos que chegavam para conversar comigo. Ela foi embora e eu ainda estava lá. Um dia ainda sentarei em sua mesa e tomarei um café com ela, confirmando todas as minhas primeiras impressões;

Esse é um texto de ficção.
A “mulher do café” é baseada em uma mulher de verdade.

Alexandre A. Scotti

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Foi no Vidigal

Quando ela saiu, tinha direção certa, mas no meio do caminho se perdeu. Estava no Vidigal, e foi parar em um pagode, mesmo sem ser convidada. Isso era típico dela, ela sempre ia aos lugares sem ser chamada, no Vidigal já estavam acostumados.

João não a tinha visto, mas sentiu sua presença. Aos poucos o coração de João mudou seu batimento, suas pernas começaram a barbear, suas mãos começaram a ficar frias, e tudo isso por causa dela.

Sempre que chegava a algum lugar ela causava esse tipo de sensação em alguns homens, mas com João era diferente, João sentia que ela tinha entrado em seu coração, sua respiração foi ficando cada vez mais difícil, e como se tudo acontecesse em slow-motion percebeu que se tratava de uma grande mudança.

João não agüentou tudo aquilo, foi perdendo os seus sentidos e inebriado com aquelas sensações foi de encontro com o chão.

Era para ser mais uma tarde de sábado na vida do jovem trabalhador da construção civil. O pagode prometia ser muito bom. Alem da musica que era de seu agrado, Juliana, prima de seu amigo José, estaria lá para conhecê-lo. Tudo foi interrompido. A bala, que tinha como destino Bozó (o “dono do Vidigal”), se perdeu. Ela encontrou João, que não pode conhecer Juliana, e chamá-la para um domingo no parque como planejara.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Indicação de um um bom texto blogstico

http://migre.me/3lCE
quem me conhece vai entender o pq da indiação.
=]