segunda-feira, 18 de maio de 2009

Conversas (retirado do meu antigo blog)

- Nossa, que curvas....

- Pois não é.

- É, e eu me delicio passendo com meus olhos nelas.

- Ah, e olha que você ainda é um velho romântico.

- Fico imaginando, eu, essas curvas, e um Beatles de trilha sonora, o que mais poderia querer?

- E olha que não são só as curvas, ela tem todo seu jeito de andar.

- Eu sei, olha só, ela é daquelas, sabe aquelas? Aquelas que acordam ainda meio lentas, mas que
com o passar do dia, e com o surgir do sol, se enche de movimento.

- Alem disso ela é culta, cheia de arte.

- Diria mais, cheia de artimanhas.

- Só não gosto de uma coisa.

- É mesmo? O que?

- Ela é religiosa por demais.

- Isso ela é, mas da um certo ar de inocência, eu até que gosto.

- Prefiro quando a vejo com seu jeito levado, carregando seus artesanatos, com um ar de criança.

- É, mas ela já tem uma certa maturidade, este obelisco já não é o que era antes.

- Pode não ser o que era antes, mas continua sendo meu amor.

- NOSSO AMOR!

- Ah, como gosto de Belo Horizonte.

Alexandre Alfradique Scotti

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Amor à primeira vista

Quando coloquei pela primeira meus olhos naquelas curvas minha vida mudou. Ainda me lembro do cheiro que me entorpeceu naquele momento. Minha visão se fechou como olhos de águia que visualiza sua presa. Minhas mãos tremiam um pouco. Não sabia muito bem como me aproximar, toda aquela vontade e não saber o que fazer.

Um amigo me levou até perto, disse que deveria a ter em meus braços. Ri, um pouco constrangido, é verdade, mas não sabia nada melhor para fazer. Muito sem jeito cheguei minha mão perto de seu braço. A euforia que tomou conta de mim quando toquei seu braço, sem sentir nenhuma repulsa, foi tão grande que fez o tempo parar. Naquele momento vivi uma eternidade de pura emoção.

O desenrolar dessa historia foi que, sem perceber, fui ganhando intimidade com ela, e achava que ela havia de ser minha, não sabia como dizer para o dono dela que ela não poderia mais ser dele. Pensei em varias coisas, até mesmo em oferecer dinheiro como forma de compensação, mas nada me parecia ser muito honesto. Sentia que ela havia me escolhido e assim que eu tinha direito sobre ela, pensei em raptá-la, porem não via como fazer isso sem que todos soubessem.

Muito pensei, muitas coisas malucas se passaram pela minha cabeça, mas só me restou ir conversar com seu dono que para meu espanto me deixou levá-la, sem grandes problemas, disse que ele nem estava dando atenção mais a ela, e que eu poderia ficar com ela desde que eu a tratasse bem.

Depois disso, tivemos um longo período juntos, eu e minha viola, até que um dia achei que já estava precisando das mãos de um novo cancioneiro, e de que tinha que procurar uma nova viola para compor as canções de minha vida.

Alexandre Alfradique Scotti