Quando ela entrou, não sabia direito o que iria encontrar, mas sabia que aquele era o lugar em que iria morar, pelo menos por um tempo. O lugar estava muito mal cuidado, o dono tinha sido meio desleixado, a ultima inquilina tinha deixado tudo bagunçado e tudo fora do lugar.
Começou a explorar o local, mas descobriu que tinha portas fechadas, e não sabia onde estavam as chaves. Resolveu tirar a poeira e ajeitar o local, não queria ficar em um local mal cuidado. Pensou em reformar o local, mas não tinha os recursos necessários.
O tempo foi passando e estranhamente as portas que antes estavam fechadas foram se abrindo. Quanto mais espaço encontrava mais espaço ocupava, já estava achando um lugar muito agradável de viver.
Nunca tinha reparado nos vizinhos, até que o primeiro vizinho bateu um dia em sua porta para conversar sobre as mudanças que ali estavam ocorrendo. Aos poucos foi se inteirando da vizinhança, gostava de alguns, era indiferente com outros, e fora com uma senhora que morava ao lado, não costuma ter problemas com os vizinhos.
Estava cada vez mais adaptada ao local, mas isso não impediu de que um dia aparecesse uma ex-inquilina batendo na porta e dizendo que aquele lugar era dela, e que ela ainda conseguiria tomar aquele local de volta. Isso fez com que ela percebesse que não poderia se acomodar, e de que um bom local como aquele não era tão fácil assim de se achar.
A vida seguia, e estava cada vez mais feliz de morar no bairro Coração.
Alexandre A. Scotti
domingo, 3 de julho de 2011
domingo, 8 de maio de 2011
Política na era da imagem
Acredito que, desde a ditadura, a política nunca foi tão comentada pela juventude brasileira como agora. Para mim, isso se deve a dois fatores. O primeiro é a facilidade de como as pessoas trocam informações no mundo virtual, e por meio dele conseguem se mobilizar. O segundo é pela construção da imagem que cada um quer fazer de si mesmo. Poucas pessoas querem ser vistas como ignorantes políticas. Estamos na era da sustentabilidade e todos querem ser conhecidos como pessoas engajadas.
No ambiente das redes sociais, principalmente o Twitter e o Facebook, é comum ter movimentos que podem ser considerados políticos, como protestos contra alguma lei, ou a tarifação de algum produto, ou até mesmo o aumento do preço de alguma mercadoria fornecida por estatais. É muito fácil ver varias pessoas aderindo os movimentos usando tags no Twitter e “curtir” no Facebook, mas a questão que fica é “o que de fato essas pessoas estão fazendo em busca de que seus protestos tenham resultado?”. A impressão que tenho é que na maioria dos casos nada é feito, e que tudo não passa da construção de imagem que cada um quer fazer de si mesmo.
Se me perguntarem o que tenho feito ultimamente em relação a política, o Maximo que posso dizer é que tenho acompanhado, e tenho repensado em como posso realmente contribuir. Já participei de debates dentro de partido (nunca me filiei a nenhum), foi no Fórum Social Brasileiro, fui membro de DA e de DCE, tento ter um voto consciente nas eleições. Não acho que o que fiz foi suficiente e acho que eu ainda posso fazer muito. Gostaria de sair do plano da fala, ainda não sei como (estou aberto a sugestões), mas não quero ser só mais um que vai “curtir” movimentos e não fazer nada. Não quero mais o “proteste já”, quero o “ação já”.
Esse texto é em homenagem ao Gabriel Castro.
Alexandre A. Scotti
No ambiente das redes sociais, principalmente o Twitter e o Facebook, é comum ter movimentos que podem ser considerados políticos, como protestos contra alguma lei, ou a tarifação de algum produto, ou até mesmo o aumento do preço de alguma mercadoria fornecida por estatais. É muito fácil ver varias pessoas aderindo os movimentos usando tags no Twitter e “curtir” no Facebook, mas a questão que fica é “o que de fato essas pessoas estão fazendo em busca de que seus protestos tenham resultado?”. A impressão que tenho é que na maioria dos casos nada é feito, e que tudo não passa da construção de imagem que cada um quer fazer de si mesmo.
Se me perguntarem o que tenho feito ultimamente em relação a política, o Maximo que posso dizer é que tenho acompanhado, e tenho repensado em como posso realmente contribuir. Já participei de debates dentro de partido (nunca me filiei a nenhum), foi no Fórum Social Brasileiro, fui membro de DA e de DCE, tento ter um voto consciente nas eleições. Não acho que o que fiz foi suficiente e acho que eu ainda posso fazer muito. Gostaria de sair do plano da fala, ainda não sei como (estou aberto a sugestões), mas não quero ser só mais um que vai “curtir” movimentos e não fazer nada. Não quero mais o “proteste já”, quero o “ação já”.
Esse texto é em homenagem ao Gabriel Castro.
Alexandre A. Scotti
quarta-feira, 4 de maio de 2011
Quando a historia não terminou
Outro dia precisava escrever sobre uma menina. Precisava deixar aquela historia registrada. Queria escrever sobre como que algumas pessoas mudam nossas percepções sobre outras, não por emitirem opinião sobre quem são, mas por se tornar base de comparação com outras.
O importante é que havia uma historia, e ela precisava ser registrada. Comecei a escrever. Tinha certeza de qual era a primeira frase, fora isso não sabia muito bem como continuar. Isso nunca foi problema no meu processo de criação, mas dessa vez não conseguia sequer terminar o primeiro parágrafo.
Guardei aquele texto, ou melhor, aquela frase, e fui a procura de dias mais inspirados. Passadas duas semanas, novos fatos surgiram, e o texto não teria mais o mesmo significado que tinha em sua concepção. Percebi que a historia era outra, e ela ainda não tinha terminado. Agora sei que preciso esperar ela terminar, ou escrever sobre outra perspectiva, que a antiga já não existe mais.
Alexandre A. Scotti
O importante é que havia uma historia, e ela precisava ser registrada. Comecei a escrever. Tinha certeza de qual era a primeira frase, fora isso não sabia muito bem como continuar. Isso nunca foi problema no meu processo de criação, mas dessa vez não conseguia sequer terminar o primeiro parágrafo.
Guardei aquele texto, ou melhor, aquela frase, e fui a procura de dias mais inspirados. Passadas duas semanas, novos fatos surgiram, e o texto não teria mais o mesmo significado que tinha em sua concepção. Percebi que a historia era outra, e ela ainda não tinha terminado. Agora sei que preciso esperar ela terminar, ou escrever sobre outra perspectiva, que a antiga já não existe mais.
Alexandre A. Scotti
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