domingo, 8 de maio de 2011

Política na era da imagem

Acredito que, desde a ditadura, a política nunca foi tão comentada pela juventude brasileira como agora. Para mim, isso se deve a dois fatores. O primeiro é a facilidade de como as pessoas trocam informações no mundo virtual, e por meio dele conseguem se mobilizar. O segundo é pela construção da imagem que cada um quer fazer de si mesmo. Poucas pessoas querem ser vistas como ignorantes políticas. Estamos na era da sustentabilidade e todos querem ser conhecidos como pessoas engajadas.

No ambiente das redes sociais, principalmente o Twitter e o Facebook, é comum ter movimentos que podem ser considerados políticos, como protestos contra alguma lei, ou a tarifação de algum produto, ou até mesmo o aumento do preço de alguma mercadoria fornecida por estatais. É muito fácil ver varias pessoas aderindo os movimentos usando tags no Twitter e “curtir” no Facebook, mas a questão que fica é “o que de fato essas pessoas estão fazendo em busca de que seus protestos tenham resultado?”. A impressão que tenho é que na maioria dos casos nada é feito, e que tudo não passa da construção de imagem que cada um quer fazer de si mesmo.

Se me perguntarem o que tenho feito ultimamente em relação a política, o Maximo que posso dizer é que tenho acompanhado, e tenho repensado em como posso realmente contribuir. Já participei de debates dentro de partido (nunca me filiei a nenhum), foi no Fórum Social Brasileiro, fui membro de DA e de DCE, tento ter um voto consciente nas eleições. Não acho que o que fiz foi suficiente e acho que eu ainda posso fazer muito. Gostaria de sair do plano da fala, ainda não sei como (estou aberto a sugestões), mas não quero ser só mais um que vai “curtir” movimentos e não fazer nada. Não quero mais o “proteste já”, quero o “ação já”.

Esse texto é em homenagem ao Gabriel Castro.

Alexandre A. Scotti

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Quando a historia não terminou

Outro dia precisava escrever sobre uma menina. Precisava deixar aquela historia registrada. Queria escrever sobre como que algumas pessoas mudam nossas percepções sobre outras, não por emitirem opinião sobre quem são, mas por se tornar base de comparação com outras.

O importante é que havia uma historia, e ela precisava ser registrada. Comecei a escrever. Tinha certeza de qual era a primeira frase, fora isso não sabia muito bem como continuar. Isso nunca foi problema no meu processo de criação, mas dessa vez não conseguia sequer terminar o primeiro parágrafo.

Guardei aquele texto, ou melhor, aquela frase, e fui a procura de dias mais inspirados. Passadas duas semanas, novos fatos surgiram, e o texto não teria mais o mesmo significado que tinha em sua concepção. Percebi que a historia era outra, e ela ainda não tinha terminado. Agora sei que preciso esperar ela terminar, ou escrever sobre outra perspectiva, que a antiga já não existe mais.


Alexandre A. Scotti